Quem tem carro sabe como é importante fazer a manutenção periódica do veículo, seja por falhas ou pelo desgaste natural das peças, o que geralmente resulta na substituição dos itens problemáticos. No entanto, é muito importante que o motorista busque uma oficina mecânica de confiança para realizar esse serviço, evitando, assim, o uso de peças automotivas falsas.
Tanto a qualidade do serviço quanto a das peças utilizadas contam bastante na disputa pela preferência dos clientes. Por isso, ao adquirir peças para a sua oficina, é preciso ficar atento. Segundo a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), o ramo automobilístico é um dos setores mais visados, ficando entre as primeiras posições no ranking das falsificações.
As consequências do uso de peças automotivas falsas em sua oficina podem ir muito além da insatisfação de seus clientes. Esses produtos representam uma grande ameaça à segurança de um veículo, podendo causar graves acidentes por falhas em seu funcionamento, colocando várias vidas em risco.
Optar por mercadorias com valores mais baixos nem sempre é a melhor maneira de economizar, pois esses itens acabam não atendendo às normas técnicas de segurança, o que pode gerar problemas no futuro.
Mas como ter certeza de que o produto que está sendo adquirido é de qualidade? Não é necessário ser um especialista em mecânica para isso. A recomendação é prestar atenção a alguns quesitos. Neste post, vamos dar 9 dicas para ajudá-lo a identificar peças automotivas falsas. Confira!
1. Faça uma inspeção visual nas peças
Os problemas envolvendo peças falsificadas muitas vezes começam já na aparência dos itens. Portanto, antes de comprar produtos que serão utilizados em sua oficina, verifique bem suas características, veja se existem rebarbas ou outras imperfeições no acabamento, falhas de impressão e marcas de adulteração.
A mesma atenção deve ser dada à embalagem, que precisa ser adequada para acomodar cada tipo de peça. Além disso, ela não pode apresentar sinais de violação. Geralmente, peças fora do padrão são barradas pelo controle de qualidade de empresas sérias.
2. Procure pelo número de série
As peças automotivas originais contam com um número único e específico de série em sua superfície, impresso ainda durante a sua produção. Esse controle é importante para garantir a assistência oferecida pela fabricante, caso seja necessário.
O ideal é conferir se esse código é exclusivo, realizando uma comparação com outras peças do mesmo fornecedor. Se não puder fazer essa análise, procure na internet o número de série da peça obtida. Caso tenha dificuldades para encontrar alguma informação sobre isso, desconfie!
E como exemplares falsificados não contam com esse tipo de recurso, essa é uma excelente maneira de verificar a legitimidade de uma peça antes de comprá-la.
3. Verifique se as peças apresentam certificação
A certificação expedida por instituições regulamentadoras de reparação automotiva é um outro recurso de segurança encontrado apenas nas peças originais. O Centro de Experimentação e Segurança Viária (CESVI) e o Instituto da Qualidade Automotiva (IQA) são algumas dessas entidades.
Esse selo, que deve estar estampado na embalagem, indica que a peça atende a todos os requisitos de conformidade necessários para garantir a qualidade do seu serviço e a segurança de seus clientes.
4. Exija sempre a nota fiscal
A nota fiscal é o documento que garante a procedência legal de qualquer mercadoria. Ao adquirir peças automotivas sem esse comprovante, além do problema de sonegação de impostos, as chances de o produto ser de baixa qualidade ou falsificado aumentam muito.
No documento devem constar informações como data e local de compra, tipo de produto, modelo, marca e série. Além disso, a nota fiscal assegura os direitos legais de quem faz a compra, garantindo ao consumidor a possibilidade de recorrer aos seus direitos.
5. Desconfie de preços muito baixos
Apesar de preços baixos serem grandes atrativos para quem pretende fazer qualquer tipo de compra, é preciso tomar alguns cuidados quando falamos em peças automotivas.
Como os revendedores adquirem as peças junto às fabricantes por um valor tabelado, é impossível que eles as comercializem por preços muito reduzidos sem prejudicar suas finanças.
Portanto, valores que estejam bem abaixo da média do mercado podem ser indícios de que a peça oferecida não é de boa qualidade. Assim, o melhor a se fazer é fugir dos produtos de procedência duvidosa, pois, como diz o velho ditado, o barato costuma sair caro.
6. Confira se a embalagem está violada
As embalagens de peças automotivas falsificadas apresentam um design muito parecido ao das originais, mas com algumas diferenças. Portanto, fique atento aos detalhes, para que eles não passem despercebidos, e tenha cuidado com violações nas caixas que protegem os itens.
É muito importante analisar as informações impressas nas embalagens, como número de lote de origem, selos e código de barras. Para serem vendidas no Brasil, todas as peças, incluindo as importadas, devem conter CNPJ e endereço da fabricante. Caso tenha dúvidas, busque os dados do SAC da empresa e entre em contato.
Com a tecnologia, muitas peças já vêm com um QR Code (um código de barras interativo), para que você possa verificar as informações sobre o produto na internet.
7. Procure um vendedor de confiança
É essencial para os negócios de uma oficina contar com um fornecedor de confiança. Essa relação com o distribuidor é importante para oferecer o melhor serviço e garantir a satisfação dos seus clientes.
Na hora de escolher um fornecedor de autopeças, você, como dono da oficina, deve pensar como consumidor e avaliar questões muito importantes. Veja se os produtos são de qualidade, se têm garantia e se os revendedores cumprem os prazos estabelecidos.
8. Entenda a diferença entre as peças
No mercado das autopeças existem diferentes tipos de produtos. Eles podem ser classificados como originais, remanufaturados, recondicionados e falsificados. Entender a diferença entre eles é fundamental para escolher peças de qualidade. A seguir, descubra um pouco mais sobre isso.
Peça de reposição original
Conhecidas no mercado como legítimas ou genuínas, essas peças são fabricadas pelas próprias concessionárias, por meio das mesmas técnicas do processo de fabricação dos automóveis.
As peças originais são as mais indicadas, pois passam confiança, duram mais tempo e oferecem garantias.
Peças de reposição remanufaturadas
A remanufatura é um processo realizado nas instalações da própria fábrica de peças. É uma reciclagem do produto. Ou seja, peças já usadas que apresentaram algum problema ou desgaste antes do tempo estimado são consertadas para voltarem ao mercado.
Esses itens são colocados novamente na linha de produção, momento no qual especialistas responsáveis pela fabricação do produto original fazem a manutenção necessária, identificando todos os problemas e trocando as partes que não estão em bom funcionamento.
Em seguida, um teste de qualidade é realizado, e as peças voltam ao mercado com certificado de procedência, originalidade e com a mesma garantida de um produto novo.
Essas peças acabam oferecendo uma qualidade tão boa quanto a de um item original novo, porém os valores são mais em conta. Esse reaproveitamento é, inclusive, uma forma de ajudar o meio ambiente.
Peças de reposição recondicionadas
Também conhecidas como reformadas, as peças recondicionadas são itens originais submetidos a um processo técnico ou industrial, a fim de receberem ajustes para voltarem a funcionar, mesmo que por pouco tempo.
Como os reparos são realizados sem a orientação da fabricante original, esses produtos costumam ter uma vida útil bem curta. Além disso, não oferecem garantia.
Não se deixe levar pelo valor cobrado por essas peças, pois elas podem representar um risco aos seus clientes.
Peças automotivas falsas
Falsificadores optam por produzir imitações de peças que ficam localizadas em pontos pouco visíveis, dificultando sua identificação. Pastilhas de freio, filtros de óleo e embreagem são alguns dos itens mais falsificados — produtos essenciais para a segurança e funcionamento do carro, o que agrava a situação.
Uma vez que o valor dessas peças é mais acessível do que o de itens originais, o cliente costuma achar que está fazendo um bom negócio. No entanto, essa escolha pode ocasionar sérios problemas no futuro, gerando uma conta muito maior.
Sem a qualidade dos produtos originais, as peças automotivas falsas apresentam desgastes antes do esperado, o que pode ocasionar falhas mecânicas, colocando vidas em risco.
Além disso, no caso de acidentes, o proprietário do automóvel pode ter problemas com o seguro. Isso porque a seguradora acaba fazendo uma investigação minuciosa antes de fazer os reparos necessários e, encontrando peças falsas, o serviço não pode ser realizado.
9. Procure ajuda de um especialista
Mesmo estando no ramo automotivo há algum tempo, donos de oficinas podem acabar caindo em um golpe, comprando peças falsificadas. Caso você não se sinta seguro para realizar uma compra, o melhor a fazer é entrar em contato com outros especialistas no setor para tirar dúvidas sobre determinados produtos.
Se seus fornecedores de confiança não tiverem alguma peça que você necessita, solicite a eles outras indicações. O importante é jamais usar itens automotivos falsificados em seu estabelecimento, pois a comercialização desses produtos é crime.
Caso essa situação seja constatada, o responsável pode ser enquadrado em vários artigos, conforme a Lei de Propriedade Industrial (9.279/96) e o Código de Defesa do Consumidor, Art. 65. Além disso, se acontecer algum acidente em decorrência da utilização de produtos falsificados, o vendedor pode responder por processos criminais e até penais, como previsto no Código Penal, Art. 132.
E então, se sente mais confiante para identificar peças automotivas falsas? Se você gostou das informações apresentadas aqui, compartilhe este post em suas redes sociais. Assim, outros profissionais poderão ficar atentos aos cuidados necessários para adquirir produtos de qualidade.
Olá!
Estou me preparando para restaurar um carro antigo e gostaria de discutir o projeto pra evitar resultados indesejáveis. Existe software para fazer isso? Vcs fazem ou podem indicar alguém?
Obrigado.
Olá Carlos, como vai? Existem sim softwares que podem auxiliar no processo de restauração, como AutoCAD e Sketchup para desenhar o modelo 3d do veículo, e simulações de pintura automotiva, por exemplo. Se o veículo utilizar sistema eletrônico, pode ser que também seja viável a utilização de um scanner, para detectar problemas e ajustar configurações eletrônicas. Acredito que assim o processo de restauração do veículo seja bem organizado e com riscos minimizados, um abraço!
Existem várias empresas produzindo e vendendo produtos GM recondicionados com cara de peça nova e embalagem falsificada dando cara de produto original , como a GM poderia fazer para garantia a qualidade de seus produtos ao seus consumidores?