Acha que parar um veículo é fácil? Pisar no freio é apenas uma das etapas do processo de frenagem, pois o veículo também precisa de pastilha de freio de qualidade e em bom estado de conservação para ter um desempenho adequado nesse momento. Afinal, são elas que suportam o atrito com os discos de freio e permitem a redução da velocidade daí a grande importância dessas peças para a mecânica do carro.
Localizadas atrás das rodas do automóvel, as pastilhas são discos planos que friccionam o rotor do freio e fazem as rodas diminuírem a velocidade até pararem. Mesmo com uma função tão simples, existem diferentes tipos de pastilhas que, por contarem com características distintas, não funcionam exatamente da mesma forma.
Como um mecânico eficiente deve estar preparado para trabalhar com os mais variados sistemas, é hora de conferir quais os principais tipos de pastilhas de freios e como escolher a peça ideal para cada veículo. Acompanhe!
Quais são as principais pastilhas de freios?
A estrutura da pastilha é bem simples: ela é formada por um material de atrito montado em uma placa de apoio feita de aço. Antes da década de 1990, o amianto era muito utilizado para a fabricação de pastilhas. No entanto, após o elemento ser retirado do mercado, as empresas precisaram recorrer a outros materiais para produzir esses componentes.
Abaixo você confere os 4 tipos de pastilha de freio mais usados e suas diferenças, além das principais vantagens e desvantagens de cada material.
1. Pastilha orgânica
Opção muito usada atualmente, as pastilhas de freio orgânicas surgiram quando as peças de amianto deixaram de ser utilizadas, já que elas soltavam um pó tóxico ao sofrer quebras o que poderia trazer sérios prejuízos para a saúde humana.
Sem prejudicar o meio ambiente e nem oferecer riscos para os motoristas, as pastilhas orgânicas são populares por apresentarem um custo baixo, desgastarem menos o disco de freio e serem mais silenciosas do que outros itens.
No entanto, elas se desgastam mais rápido e, consequentemente, não duram muito tempo. Por isso não são recomendadas para veículos pesados, de alto desempenho ou que circulam em altas velocidades.
Se seu cliente tem um carro de passeio, dirige principalmente pela cidade e prefere bons preços a um alto desempenho, essa pastilha pode ser a mais indicada.
Mas é preciso ficar atento, especialmente se a intenção do motorista for rodar a maior parte do tempo fora da cidade. Como esse ambiente exige mais dos freios, é importante fazer a substituição antes que ela chegue ao fim de sua vida útil.
Identificar o momento certo para fazer a troca das pastilhas orgânicas é fácil: elas produzem uma certa quantidade de fumaça e poeira quando estão gastas.
2. Pastilha metálica
Uma evolução da peça orgânica, as pastilhas de freio metálicas são formadas por uma liga que mistura aço, cobre, ferro e grafite. Por ser extremamente dura, ela faz com que a peça seja muito eficiente e durável. Ademais, esse modelo conta com um preço acessível, boa performance na dissipação de calor e pouco ruído.
Por outro lado, sua principal desvantagem está no peso, que não é nem um pouco leve e acaba prejudicando a eficiência do combustível. Além disso, não é tão resistente ao processo de frenagem e pode trazer impactos negativos a outras peças que compõem o sistema de freio do carro.
Apesar de ter um funcionamento menor quando as temperaturas estão mais baixas, a pastilha metálica apresenta grande eficiência nos dias de sol e calor.
Ficou na dúvida depois de tantos prós e contras? Fique sabendo que essa é a opção mais usada atualmente, sendo a escolha preferida dos motoristas que estão em busca de uma peça com ótimo desempenho e bom custo-benefício. Isso porque ela dificilmente deixa a desejar, ainda que tenha um preço mais alto.
3. Pastilha semimetálica
Também chamadas de organometálicas, as pastilhas semimetálicas são feitas de resina somada a outros compostos metálicos, que incluem latão, ferro e/ou alumínio. O resultado é uma peça durável, eficiente e com preço mais acessível que a metálica, além de um desempenho superior ao da orgânica.
O mais interessante é que ela tem uma boa dissipação de calor durante a frenagem e uma boa resistência mecânica, o que evita desgaste excessivo. Entretanto, costuma ser mais pesada, assim como a pastilha metálica, algo que pode refletir de forma significativa no consumo de combustível do carro.
Os materiais que compõem a peça semimetálica, por sua vez, acabam desgastando um pouco mais o disco de freio, principalmente pela presença de aço na mistura. Por isso é tão importante ficar atento ao realizar a troca da pastilha, pois essa diferença na composição do material pode danificar outras peças com o passar do tempo, ainda que ofereça uma durabilidade maior.
Outro fator que acaba incomodando muitos motoristas é a emissão de ruído, que nesse tipo de pastilha é mais alto do que em outras peças. Em geral, ela é indicada para quem busca um desempenho um pouco melhor dos freios, mas que não pode gastar muito com isso.
4. Pastilha de cerâmica
A composição dessa peça inclui fibras de cerâmica, agentes de ligação, enchimentos não ferrosos e, em alguns casos, um pouco de metal, conferindo uma coloração mais clara à mistura. Entre todos os tipos de pastilhas de freio que citamos até aqui, esse é considerado o modelo de melhor qualidade e melhor performance disponível no mercado.
Além de serem mais silenciosas e muito mais limpas, essas pastilhas produzem menos pó conforme se desgastam e contam com maior coeficiente de atrito, ou seja, percorrem uma distância menor até parar.
Graças à sua fabricação constituída basicamente por cerâmica, esse tipo de pastilha tem uma grande capacidade de dissipar calor, o que faz com que não perca desempenho mesmo após frenagens consecutivas. E não se engane: elas são leves, resistentes e se desgastam muito mais lentamente.
Os motoristas que usam pastilhas de cerâmica percebem logo uma frenagem de maior suavidade e alta precisão, sem ter de encarar problemas de desempenho do automóvel.
Em contrapartida, sua fabricação é um processo caro e trabalhoso, o que torna a peça a mais cara do mercado. Não é à toa que poucos veículos de passeio utilizam essas pastilhas no Brasil. Para otimizar seu funcionamento, o ideal é que ela acompanhe um disco cerâmico.
Como descobrir a hora certa para trocar as pastilhas?
Muita gente não sabe, mas a forma como o veículo é usado no dia a dia está diretamente ligada à duração das pastilhas de freio. Quem vai para o trabalho todos os dias de carro, por exemplo, precisa procurar serviços mecânicos com uma frequência muito maior para fazer a troca da peça.
Isso acontece porque a necessidade de acionar os freios em ambientes urbanos é bem alta, já que engarrafamentos, semáforos fechados e placas de pare são obstáculos constantes no caminho. Assim, a pastilha acaba sofrendo um desgaste maior com o tempo.
Já os motoristas que costumam dirigir apenas aos fins de semana, para passear ou fazer viagens curtas, não precisam recorrer à sua oficina com tanta regularidade. Como o veículo utiliza menos os freios, consequentemente a vida útil das pastilhas será maior.
Mas como saber o momento certo para trocar esses itens? Geralmente, o freio dá alguns sinais quando a necessidade de troca está próxima, como trepidação, ruídos altos e agudos, pedal pesado e lentidão para parar o carro. Contudo, as pastilhas devem ser trocadas sempre que:
- uma notificação indicando o desgaste das pastilhas aparecer no painel do automóvel;
- o veículo atingir 30 ou 40 mil quilômetros rodados;
- o ruído metálico estiver muito alto.
Vale destacar ainda que as pastilhas apresentam uma lâmina que serve como sinalizador de sua vida útil. Quando a peça se desgasta demais, o nível da superfície fica mais baixo que o da lâmina, que entra em contato com o disco de freio.
Então, a frenagem gera um barulho bem agudo, como falamos logo acima. Esse é o sinal de que a pastilha precisa ser trocada com urgência, ou o freio pode falhar!
Não se esqueça de que a manutenção preventiva é o momento ideal para encontrar qualquer tipo de problema nos veículos — inclusive nas pastilhas de freio. Por isso, reforce com seus clientes a importância de colocar a revisão em dia na oficina.
Como escolher a pastilha de freio ideal?
Depois de tudo o que você viu até aqui, já deu para perceber que não é tão simples quanto parece escolher uma pastilha de freio para o veículo, não é mesmo? Com tantas opções disponíveis no mercado, oferecendo os mais variados materiais de fabricação, qualidades e desvantagens, você vai precisar de muito cuidado e atenção para selecionar a peça mais adequada.
Aqui separamos um resumo de cada uma das pastilhas, que pode facilitar, e muito, na hora de tomar essa decisão:
- orgânicas: recomendadas para veículos leves e que circulam em ambientes urbanos. São muito populares por serem mais baratas e silenciosas. Por sua vez, se desgastam rapidamente;
- metálicas: mesmo que seu custo e peso sejam maiores que os das pastilhas orgânicas, apresentam ótimo desempenho e uma vida útil longa, sendo indicadas para motoristas que procuram potência e durabilidade ao dirigir;
- semimetálicas: com preços mais em conta que as metálicas, têm boa dissipação de calor e alta durabilidade, mas emitem mais ruídos e desgastam o disco de freio. Quem procura bom desempenho e não quer pagar muito por isso, essa pode ser a opção certa;
- cerâmicas: são muito usadas em automóveis de alto desempenho por serem leves e resistentes, mas não são comuns em carros de passeio por terem um alto preço de mercado.
Com todas essas informações em mente, já é possível identificar a pastilha que mais se adequa às necessidades dos clientes, seja no que diz respeito à mobilidade ou orçamento. Caso a troca da pastilha seja solicitada na oficina, sempre verifique se o disco está em boas condições para não diminuir a vida útil das peças novas.
Não se esqueça de que evitar freadas bruscas e usar as peças indicadas pela montadora são hábitos essenciais para aumentar a vida útil de todos os tipos de pastilhas. Por isso, dê essa orientação aos seus clientes sempre que possível.
Agora que você já sabe a diferença entre os tipos de pastilha de freio, aproveite para assinar a nossa newsletter e receber em seu e-mail diversas outras informações úteis sobre o universo automotivo!
Pastilhas da marca Brembo não são boas? Não foi citado essa marca no post.
Olá Celso, tudo certo? Nós focamos o conteúdo nos tipos de pastilhas, então a qualidade das marcas depende muito do consumidor ok? Obrigado pela interação e aproveite nossos conteúdos 😀
boa tarde tenho um palio 1.6 16 v ano 97 qual pastilha ideal
Boa noite!
Adorei a explicação!
Tenho uma X1 2018 e gostaria de saber qual a melhor marca de pastilhas cerâmica.
Muito obrigada!
Olá Kelly! Agradecemos pelo feedback, amiga! 😀
As melhores marcas são: Bosch, Fras-le e Ferodo. Vale a pena investir nelas, ok?
Abraços!
tenho uma duster 2.0 2014, pego as vezes muitas serras, qual seria a ideal para eu colocar assim tambem vou trocar os disco e tambores tambem que ja vi com beradas altas. sendo asim sem pensar no custo sim na qualidade de frenagem.
grato
Qual a função dos rasgos em algumas pastilhas de freio, elas vem com valinhos na carne dela já de fábrica…qual a importância disso???
Muito bem esclarecedor. Otimo.
Olá Claudio! Obrigada pelo feedback, amigo! 😉
Boa tarde.
Alguém sabe informar quais são as marcas de pastilhas de freio.feito.de cerâmica?
Eu tenho um Astra sedan 2.0 como não tinha conhecimento de que tipo de pastilhas devo usar
Para colocar um jogo de pastilhas de cerâmica , é preciso trocar os discos?
ola mas pra por a de cerâmica precisa trocar o disco e por de cerâmica tb?
Boa noite!!! Adorei as explicações!!! Agora uma pergunta tenho um kia sportage 2009/2010 e queria por a de ceramica. Será que posso??? Sabem como é sou mulher, adoro carros e motos, mas sou professora de geografiaobg e fico no aguardo
Olá Claudia, tudo bem? Sim você pode realizar essas alterações sim! 😀
Ola… tenho um AUDI 1.8t sportback ano 2014 lendo esse artigo estou afim de colocar pastilhas cerâmicas, qual seria opinião de vcs, devo trocar os discos tmbm ou não é necessário pois meus discos ainda estão bons caso precise trocar os discos tenho que colocar discos cerâmicos ou não é preciso… muito obrigado
Mei telefone para contato se posssivel pode ser pelo wats mesmo e(54)9924-5678
Muito bom saber, não sabia que tinha variedades de pastilhas de freio. Ótimo post vai me ajudar muito na hora de escolher a pastilha de freio ideal para meu carro
Olá José, tudo bem?
Ficamos felizes em ajudar 😀
Um abraço da Equipe Chiptronic!