Quando falamos sobre regulamentações que visam reduzir a emissão de poluentes causada por veículos, fica evidente que os países da Europa estão na vanguarda desse tipo de medida. Enquanto o Brasil ainda fundamenta suas regras no modelo EURO 5, o velho continente já segue a norma EURO 6 desde 2014.
Essa regulamentação prevê limites mais rígidos no controle desse tipo de poluição, o que acarreta em uma série de adaptações, tanto por parte das montadoras quanto dos motoristas. Mas será que por aqui já estamos preparados para implementar essas mesmas normas? Vamos entender melhor esse assunto neste post. Acompanhe!
Saiba o que é a norma EURO 6
A norma EURO 6 é um conjunto de regras que visa reduzir a emissão de poluentes por veículos movidos a motor. Ela é a sucessora da EURO 5, norma que ainda serve de base para a regulamentação brasileira, oficialmente chamada de PROCONVE P7 (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores).
Em relação à regulamentação anterior, a norma EURO 6 prevê uma redução de 72% na emissão de hidrocarbonetos, fixando o limite em 0,09 gramas para cada cavalo de potência, por hora de funcionamento do motor.
Quanto a emissão de enxofre, o limite passa de 0,02 ppm para 0,01 ppm (partes por milhão), e o óxido de nitrogênio (NOx) não deve ser emitido em quantidade maior do que 0,29 g/cv — 80% menos do que a norma seguida pelo Brasil estabelece. Outra exigência é o uso de um combustível mais limpo, como o diesel S-10.
Entenda as dificuldades para sua implementação no Brasil
Em relação à implementação da norma EURO 6, quais são os reais desafios a serem superados no Brasil? Vamos entender os principais:
Atualização tecnológica
Em vigor no Brasil há apenas cinco anos, a norma Euro 5 enfrentou algumas dificuldades durante a implementação. Uma nova transição entre modelos pode resultar em situações semelhantes, uma vez que seria exigido ainda mais dos sistemas antipoluição dos motores.
A norma Euro 6 exige que os veículos com motores diesel combinem os dois sistemas de redução de gases: a Redução Catalítica Seletiva (SCR) e a Recirculação de Gases da Exaustão (EGR). Essa atualização geraria custos adicionais de produção, que dificilmente ocorrem em momentos de incerteza econômica, como o que atravessamos atualmente.
Adequação à realidade brasileira
É consenso entre os especialistas que os parâmetros utilizados para a implementação na norma na Europa precisam ser adequados ao cenário brasileiro. O desempenho dos motores é um dos principais fatores que precisam ser ajustados, visto que nossa legislação permite um PBTC (Peso Bruto Total Combinado) maior do que o dos países europeus.
Outra questão significativa é a diferença de condições entre as estradas brasileiras e europeias. Por aqui, os veículos precisam ser mais robustos, o que impacta na potência, no consumo e na tecnologia empregada.
Excesso de burocracia para aprovação da lei
Muitas vezes, o grande culpado por fazer o Brasil andar na contramão da inovação é o excesso de burocracia do setor legislativo. Sem evolução nas discussões sobre a implementação da norma Euro 6, falta também estímulo para que as montadoras iniciem os trabalhos de implementação das novas regras.
Ainda que não existam previsões concretas para que a norma Euro 6 finalmente seja adotada por aqui, é fundamental que os profissionais em reparação de motores diesel comecem a se preparar desde já. Afinal, quando a nova regulamentação for aprovada, as oficinas que dominarem o assunto certamente sairão na frente na conquista dos clientes.
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