É de amplo conhecimento que o sistema de freio hidráulico é um dos itens mais importantes para a segurança de um veículo. Afinal, ele é o responsável pelas frenagens em movimento, dosando o giro das rodas — seja eletronicamente ou pela pressão exercida pelo condutor.
Dessa forma, merece total atenção quando um veículo entra na oficina para uma revisão ou quando um cliente reclama de algum indício de falha. É importante ter a noção de que um problema mal corrigido ou negligenciado nos freios hidráulicos pode causar acidentes fatais.
Por isso, neste artigo vamos tratar dessas questões e conferir quais são as reclamações mais comuns que indicam defeitos em um freio hidráulico.
Tenha uma boa leitura!
Como funciona o sistema de freio hidráulico?
O funcionamento do sistema de freio hidráulico é regido pelo Princípio de Pascal. Segundo ele, ao aplicar uma força em um ponto de um líquido, ela é transferida em igual intensidade para todos os lados. Havendo outra força equivalente contrária em alguns pontos, como a resistência de tubos e mangueiras, a pressão será transmitida integralmente para o ponto sem oposição.
Ao pisar no pedal, a força aplicada é ampliada pelo servo freio, que aciona o cilindro mestre. Este pressiona o fluido por um sistema fechado de tubos, levando a força até os pistões, que acionam as pastilhas contra os discos presos às rodas.
No freio a tambor, as sapatas são empurradas contra a parede interna dos tambores. Já se o veículo for equipado com sistema antitravamento das rodas, o ABS, o módulo desse sistema interpreta a pressão no pedal e as condições de atrito dos pneus para dosar a pressão do fluido automaticamente.
Como fazer a manutenção dos freios hidráulicos?
É sempre interessante — e pode ser um diferencial da sua oficina — fazer uma revisão dos freios hidráulicos, mesmo que o proprietário não tenha pedido. A ideia não é empurrar serviços nem peças, mas avisá-lo das condições dos componentes, inclusive se estiverem bons, e por quanto tempo ainda devem durar.
Outra questão importante é sempre orientá-los a fazer a manutenção preventiva do sistema. Afinal, esse é um item primordial para garantir a segurança tanto dos ocupantes do veículo como dos outros usuários das vias.
Sendo assim, vejamos quais são as principais manutenções necessárias nos freios hidráulicos.
Substituir o fluido
O fluido de freio é higroscópico, ou seja, absorve umidade. Como entra ar no sistema pelo reservatório e pelos microporos dos tubos e mangueiras, com o tempo, o fluido torna-se mais diluído e perde viscosidade.
Além disso, a temperatura de ebulição da água é menor que a de trabalho do fluido. Assim, criam-se bolhas de vapor, mais elásticas do que o líquido, que atrasam, dificultam e até impedem a frenagem.
Portanto, o fluido deve ser trocado a cada 10 mil quilômetros, 2 anos ou conforme orienta o manual do proprietário. É preciso fazer a sangria do produto velho e colocar um novo, seguindo as especificações da montadora para o modelo e motor.
Revisar e trocar itens de fricção
As pastilhas e lonas das sapatas se desgastam com facilidade. Por isso, devem ser revisadas a cada 5 ou 10 mil quilômetros, dependendo das recomendações da montadora. Ambas contam com marcadores de desgaste. Se o consumo chegar neles ou se houver desbastamento irregular, é preciso trocá-las.
Além disso, sempre confira os discos e tambores. Caso estejam arranhados ou com desgaste irregular, devem ser retificados (somente até os limites seguros de espessura) ou trocados por novos.
Limpar o sistema
Em alguns casos, borras e poluição formam crostas que dificultam a passagem do fluido. Assim, é necessário fazer a limpeza do sistema após a sangria e antes de colocar o fluido novo, para que ele não seja contaminado.
Também é importante higienizar os discos e tambores ao trocar pastilhas ou sapatas, tirando as impurezas que causam barulho e reduzem o atrito.
Conferir o cilindro mestre
O cilindro mestre não costuma dar problemas — se as trocas do fluido tiverem sido feitas corretamente. Caso contrário, a umidade pode causar corrosão interna. Se isso acontecer é preciso trocar o kit de reparo ou o cilindro todo, a depender do estado da peça.
Verificar se há vazamentos
Faça uma inspeção visual criteriosa para conferir se não há vazamentos na tubulação ou nos cilindros e pistões. Pode ser necessária a troca de anéis, juntas ou de tubos inteiros.
Escanear o módulo do ABS
Para saber se o sistema antitravamento está funcionando corretamente, faça um escaneamento do módulo ABS, observando seu histórico de falhas e o status atual do sistema.
Além dessas revisões e manutenções preventivas, se um cliente mencionar certos problemas, pode significar que há uma falha no sistema hidráulico dos freios. Veja, no tópico a seguir, quais são os sinais mais comuns.
Quais são os sinais mais comuns de falhas no sistema?
Os defeitos mais comuns nos freios hidráulicos costumam aparecer aos poucos, progredindo com o uso e a falta de manutenção. Assim, se um cliente chegar à sua oficina e citar algum dos sinais abaixo, é bom revisar o sistema, pois, provavelmente, será preciso fazer uma correção.
Portanto, não negligencie esses indícios, mesmo que o problema esteja no começo ou o proprietário ache que seja bobagem. Com os freios, não se pode dar margem para o azar. Confira os principais sintomas de falhas.
Trepidação no pedal
A trepidação no pedal ao acionar o freio indica desgaste irregular nas pastilhas, lonas, discos ou tambores. Revise-os para saber em qual componente está o problema.
Pedal duro
Esse é um dos sinais mais complicados, pois pode significar emperramento do cilindro mestre, avarias no servo freio, pistões travados, obstrução na tubulação, lonas ou pastilhas vitrificadas por conta de superaquecimento ou, simplesmente, um problema na articulação do próprio pedal.
Pedal com curso longo
O pedal com curso longo é aquele que, quando acionado, parece pressionar algo macio, demorando mais para frear. Isso pode ser sinal de fluido contaminado com ar ou água, vazamentos no sistema hidráulico ou componentes de fricção desgastados ou desregulados, ficando com folgas demais.
Frenagem ruim
Se os freios não estão conseguindo parar completamente o veículo em uma frenagem, pode significar emperramento nos componentes, obstrução nos tubos e mangueiras, vazamentos, lonas e pastilhas de freio danificadas, desreguladas ou sujas com óleo ou graxa, por exemplo.
Freio puxando para um dos lados
Se, ao acionar o freio, o veículo é puxado para um dos lados, isso pode ser resultado de obstruções ou emperramentos nos componentes do sistema. Mas o mais comum é o desgaste irregular de pastilhas, lonas, discos ou tambores de cada lado.
Roda presa
O travamento de uma roda pode ser consequência de avarias no cilindro mestre, no servo freio, nos pistões e nas molas de acionamento ou bloqueio dos êmbolos dos cilindros e pistões do sistema.
Como deu para perceber, o sistema de freio hidráulico pode apresentar diversos problemas originados, principalmente, do desgaste ou uso excessivo. Para evitá-los, é preciso conscientizar os proprietários da importância das manutenções preventivas, pois esse é um item essencial para sua segurança e dos outros usuários das vias.
O que achou das nossas dicas, sobre o freio hidráulico? Quer saber mais sobre os freios automotivos? Então, aproveite e leia nosso artigo sobre as principais falhas desses sistemas!
Texto bem elaborado… orientação completa… perfeito!
Obrigado Carlos, sempre temos novidades chegando, fique ligado no nosso blog! 😉
muito boa a esplicaçao do funcionamento e manutençao dos freios hidraulicos automotivos,obrigado.
Olá Pedro! Ficamos felizes com esse comentário. 🙂
Fique sempre ligado em nosso blog para mais dicas. Abraços!