Não faltam entusiastas do automobilismo pedindo para fazer diversas personalizações em seus carros. Algumas dessas mudanças são mais estéticas, mas, ainda assim, contam com certas restrições para tuning de carros estabelecidas por lei.
Se você pretende trabalhar com o tuning de carros em sua oficina, então é melhor conhecer seus limites e saber explicar os procedimentos e normas que envolvem esse serviço para os clientes que não entendem muito sobre o assunto.
Isso não significa que você deve se preocupar apenas com as restrições. Há muito a aprender sobre tendências automotivas e o que é mais agradável em termos de design. Basta ter em mente quais serão seus limites nesse processo e que, ao ultrapassá-los, seu cliente corre o risco de ser multado ou mesmo ter o carro rebocado.
Para ajudá-lo a oferecer um serviço de qualidade em sua oficina, separamos 6 das principais alterações solicitadas pelos motoristas e explicamos como você pode realizá-las sem quebrar a lei. Confira!
Iluminação
Aqui estão reunidos diversos componentes do tuning de carros, como os faróis, as luzes internas, entre outros. São luzes fortes e bem marcadas, normalmente usadas para chamar a atenção de outras pessoas.
Provavelmente, você já viu filmes e séries em que a parte de baixo de um carro emitia uma luz colorida. Esse é um bom exemplo desse tipo de tuning.
Luzes de xênon e de LED são restritas por gerarem 3 vezes mais luz que uma lâmpada normal. Isso poderia atrapalhar outros motoristas e causar acidentes. Sendo assim, para instalar esses itens você precisa de uma permissão especial do Detran.
Já os faróis e luzes internas devem atender a um padrão de luminosidade. Desde que essa exigência seja cumprida, não haverá problemas em realizar a personalização.
Rodas
Normalmente, esse item não gera muitos problemas, uma vez que a maioria das rodas disponíveis no mercado está dentro dos padrões estabelecidos pela lei. Desde que elas sejam de qualidade, compatíveis com o modelo do carro e estejam ao gosto do cliente, você terá um serviço bem simples nas mãos.
Porém, há uma restrição em particular com a qual você deve se preocupar: as rodas não podem ficar fora dos limites do para-lama. Sim, alguns motoristas podem pedir rodas mais largas do que o apropriado para o carro. O problema é que, apesar de dar a aparência de um tanque de guerra, isso fará com que os pneus espalhem sujeira por todos os lados facilmente, além de afetar o equilíbrio do carro.
Fora isso, apenas lembre-se de balancear os pneus após a troca. Esse é um procedimento padrão, então deve fazer parte de qualquer alteração ou manutenção nas rodas.
Pintura
Essa é uma mudança tão comum que quase nunca é colocada como parte do tuning de carros. Em geral, seus clientes vão pedir algo pequeno, como retocar alguma parte que ficou desbotada com o calor ou trocar a cor preta pela azul. No entanto, há pessoas que vão um pouco além, pedindo labaredas, tintas especiais, entre outros.
A principal consequência, legalmente falando, está relaciona à documentação do carro. A cor do veículo deve constar no registro, pois é uma forma de reconhecer o veículo facilmente em meio a diversos outros do mesmo modelo.
Então, independentemente da natureza da alteração, basta colocar a cor principal no documento do veículo. Se for uma combinação de desenhos e tons, é necessário inserir a palavra “fantasia” e o nome da cor.
Rebaixamento
A altura da suspensão é outra alteração bem comum solicitada por quem gosta de personalizar carros esportivos. Um veículo rebaixado transmite a impressão de ser mais veloz. Isso porque o rebaixamento melhora a aerodinâmica do carro e permite que ele acelere mais rápido. Em compensação, a estabilidade nas curvas e em terrenos acidentados fica comprometida.
Esse procedimento tem mais utilidade para pilotos de corrida. Para carros particulares personalizados, a lei tem regras bem específicas em relação ao rebaixamento. A modificação pode ser feita desde que, ao final, a altura entre a parte de baixo do carro e o chão seja de ao menos 100 mm.
Vidros
Muitas pessoas usam insulfilm nos vidros para diminuir a luz que entra no carro. Isso não é um problema, nem para o tuning de carros. Porém, como o motorista ainda precisa enxergar através desses vidros, há algumas restrições em relação ao quanto de luz essas películas podem bloquear em cada superfície.
Para o para-brisas da frente, por onde o motorista observa o trânsito, o insufilm pode impedir, no máximo, 25% da passagem de luz, enquanto os vidros laterais podem bloquear até 30% da iluminação, e o traseiro, até 75%.
Pode parecer uma restrição boba para algumas pessoas, mas pense em como há pouquíssima luz disponível em uma via expressa durante a noite. Assim, é melhor não desperdiçar nada.
Além disso, andar por aí com vidros muito escuros (independentemente da cor) é uma infração grave, com multa de quase R$ 200. Melhor não correr esse risco, não é mesmo?
Motor
E chegamos ao ponto mais sério de qualquer personalização de veículos: mudanças na parte mecânica do carro. Essas restrições geralmente são as mais pesadas, por diversos motivos.
O principal deles é que, ao ampliar a potência do motor, você também coloca mais pressão sobre todas as outras peças, como freios, suspensão etc. Exceder o limite de fábrica pode comprometer essas partes e colocar o motorista em perigo.
Diante disso, a lei só permite que você amplie a potência do motor em 10% em relação ao que está especificado no manual da fabricante. Qualquer coisa acima dessa faixa pode levar à apreensão do carro durante alguma inspeção, por exemplo.
Considerando que esse bônus não vale o risco de prejudicar o funcionamento dos freios, é melhor explicar ao seu cliente que não é autorizado por lei exceder esse limite.
Agora que você sabe o que não fazer durante o tuning de carros, pode oferecer esse serviço em sua oficina sem correr riscos. Acha que mais pessoas podem aproveitar essa informação? Então compartilhe este artigo em suas redes sociais e mostre como fazer um tuning seguro.