Saber tudo sobre mecânica de moto é fundamental para quem é dono de uma oficina. No ano passado, as vendas de motocicletas cresceram 17,6% em relação a 2017, segundo a Abraciclo, associação que representa os fabricantes desse setor. Em contrapartida, o comércio de automóveis fechou 2018 com uma alta de 14,6%, conforme dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Essa análise representa uma entrada maior de veículos de duas rodas nas ruas brasileiras em comparação aos automóveis de passeio. Por isso, o mecânico profissional deve estar preparado para receber muito mais clientes motociclistas do que aqueles que rodam atrás de um volante.
Este post vai tratar sobre o assunto da mecânica de motos e dar dicas essenciais para que você consiga desenvolver essa atividade da melhor forma possível. Confira!
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1. Conheça os tipos de motos
É primordial que você saiba quais os tipos de moto que existem no mercado. Assim, ficará apto a resolver problemas mecânicos, de uma naked até uma custom, sem ter medo do que esses nomes possam significar.
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Ciclomotores: são máquinas com potências de até 50 cilindradas que alcançam uma velocidade máxima de 50 km/h.
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Motocicletas: têm motores que vão de 125 a 500 cc e chegam a velocidades entre 110 e 160 km/h. São as mais comuns e mais vendidas no Brasil e também podem ser chamadas de street.
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Scooter: conhecidas também como motonetas, vespas ou lambretas, elas são práticas para o dia a dia das grandes cidades. Com visual retrô, têm um sistema automático de troca de marchas e uma base para apoiar os pés do condutor. A principal característica que as diferencia dos outros tipos é que, nas scooters, as pernas do motociclista ficam voltadas para frente, como se estivesse sentado em uma cadeira comum. Nas outras motos, as pernas ficam sempre uma de cada lado do assento.
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Esportivas e superesportivas: são verdadeiras supermáquinas com motores ultrapotentes, que entregam acima de 600 cc de potência. Elas podem alcançar e até superar os 300 km/h. Apresentam pneus mais largos e design futurístico e fazem com que o condutor tenha que guiar com o corpo inclinado para a frente, para uma maior aerodinâmica durante a rodagem.
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Custom: esse nome vem da palavra customização, que concede características únicas a um veículo. Alguns trazem similaridades aos modelos americanos dos anos 1960 e 1970. A prioridade é dar mais conforto do que velocidade. Os assentos têm encosto e são normalmente mais baixos. Assim como as scooters, tem uma construção que deixa o condutor com as pernas voltadas para a frente do corpo. Atrás, levam pequenos compartimentos de couro para bagagem.
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Roadster: oferecem o conforto das motos custom aliado aos motores de alto desempenho dos esportivos. Elas chegam a velocidades altíssimas e, por conta disso, são equipadas com uma proteção contra correntes de vento, o que faz com que sejam ideais para longos trajetos.
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Chopper: são também derivadas das custom e têm um estilo agressivo e arrojado, com o garfo dianteiro muito mais alongado. O tanque de combustível fica mais alto do que a traseira e, geralmente, carregam motores Harley-Davidson, sem nenhum adereço externo.
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Naked: não tem carenagem e vem sendo uma opção cada vez mais conhecida em nosso país. São ideais para o uso rotineiro e são vendidas com motores de cilindradas médias. Muito leves, garantem uma melhor dirigibilidade.
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Off-road: voltadas para estradas de terra, com pneus próprios para isso. São preparadas para enfrentar terrenos acidentados. As relações de marcha são curtas, para que a aceleração seja maior. Os motores têm potência que ultrapassam 600 cc.
2. Saiba como um motor se comporta
Três coisas são primordiais para o bom funcionamento de uma moto: o óleo, o filtro de ar e a corrente. Se algum desses itens não estiver bem, é problema na certa dentro da sua oficina mecânica.
O óleo ajuda o motor durante o atrito entre os seus diversos componentes, que rodam em velocidades muito altas e quase se encostando. Se o lubrificante estiver velho, fica sem viscosidade, o que fará com que as peças se desgastem, gerando um barulho anormal e levando o motor à falha.
Deve-se fazer a troca no intervalo correto, obedecendo às especificações de fábrica quanto ao tipo e à espessura do óleo. Cumprir essas indicações é um passo importante para o bom funcionamento da máquina.
Para um motor trabalhar adequadamente, o filtro de ar também deve estar funcionando bem. Ele impede que as impurezas do ar alcancem as câmaras de combustão e, se estiver sujo, não consegue reter a sujeira e pode, ainda, interromper a passagem do ar. Por isso, verifique se é necessária a troca ou se o filtro da moto em que você estiver trabalhando pode ser lavado.
O terceiro ponto é o mais importante. A corrente é uma das peças que levam a força do motor até as rodas. Com um problema nela, a moto pode travar as rodas, perder aceleração ou até parar de vez.
Para que isso não ocorra, evite folgas ou apertos exagerados da corrente e mantenha-a lubrificada com uma graxa específica para transmissão de motos. Nunca reutilize o óleo velho do motor para isso, pois tal atitude pode causar danos ao componente. Verifique, ainda, a tensão adequada, que pode estar escrita na moto ou no manual.
3. Preste bastante atenção aos freios
O principal elemento de segurança em qualquer veículo são os freios, que devem estar sempre em ordem, para que o motociclista não corra riscos desnecessários. Alguns conhecimentos básicos são a única coisa de que se precisa para verificá-los.
No caso dos freios a disco, as pastilhas ficam expostas e facilmente visíveis. É só dar uma olhada para conferir se elas não estão desgastadas ou se os discos estão empenados. Se as pastilhas estiverem em estado precário, faça a troca, para que não dê problema também no disco, e confira o fluido de freio.
Quando os freios forem a tambor, o jeito é desmontá-los para análise. Alguns sinais podem ajudar: o pedal do freio traseiro mais baixo do que o normal, a alavanca do freio dianteiro meio mole ou barulhos anormais ao acionar os freios são indicadores de que, provavelmente, está na hora de trocar as pastilhas.
4. Verifique o estado dos cabos
Uma das dicas mais fundamentais em mecânica de moto é verificar o estado de conservação dos três cabos: dos freios, da embreagem e do acelerador. Todos são facilmente encontrados por ficarem bem próximos aos respectivos componentes.
Procure sempre lubrificar e regular os cabos para aumentar a vida útil deles. Esse é um serviço importantíssimo, já que o rompimento de qualquer um deles pode causar um acidente grave.
Para a lubrificação, use os produtos em spray, que alcançam mais facilmente todo o comprimento do cabo. Em relação à regulagem, faça-a por meio dos ajustadores que ficam nas pontas dos cabos.
5. Explique ao cliente como conservar os pneus
A calibragem dos pneus pode ser corrigida em sua oficina para que o cliente rode com a pressão ideal e a estabilidade adequada. Reforce isso para ele também, para que coloque a pressão indicada ao seu tipo de moto toda vez que fizer uma visita a uma bomba de ar.
Explique que uma pressão menor causa maior desgaste dos pneus e uma pressão maior gera desconforto ao guiar a moto. Além disso, indique uma frequência máxima de 15 dias para a calibragem ou 1.000 km rodados, o que vier a ocorrer primeiro.
Essas dicas sobre mecânica de moto ajudarão muito a sua oficina a receber ainda mais clientes. O conhecimento leva ao sucesso do seu empreendimento. Então, procure cursos que lhe permitam aprender e se atualizar constantemente. O mercado exige que o bom profissional esteja sempre um passo à frente.
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Post bem explicativo! realmente é algo impressionante quando se trata de um motor de moto! parabéns.