O Agente Redutor Líquido Automotivo é uma solução aquosa de ureia que deve ser adicionada a um tanque específico dos veículos com tecnologia Euro 5. O produto foi criado para reduzir quimicamente as emissões de óxidos de nitrogênio, presentes nos gases de escape dos veículos a diesel. Quer saber como funciona o Arla 32?
Entender essa tecnologia e os problemas relacionados ao uso inadequado é fundamental para oficinas que atendem veículos pesados movidos a diesel. Afinal, quem adiciona soluções fora de especificação no tanque de Arla 32 ou deixa de utilizar o produto acaba provocando vários danos ao caminhão. Para conhecer melhor as características do Arla 32 e saber quais são os problemas relacionados ao mau uso, acompanhe nosso post!
Entenda a finalidade do Arla 32
Por exigência do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), que institui limites rígidos no controle de emissões automotivas, desde 2012, a indústria automobilística e o setor de combustíveis passaram por grandes adequações.
No caso dos combustíveis, a mudança foi a redução do teor de enxofre presente no diesel. Até então, o combustível fóssil comercializado no país continha 500 partes por milhão (ppm) do metal.
Com as novas exigências, o teor de enxofre passou inicialmente para 50 (diesel S50) e, depois, para 10 ppm. Hoje, o diesel S10 é comercializado em praticamente todo o país e obrigatório nas áreas urbanas, mais sujeitas à concentração de emissões poluentes, embora o S500 ainda seja utilizado.
Além das mudanças no combustível, a indústria automotiva também precisou se adequar aos novos limites de emissões. Assim, desde 2012, os veículos pesados fabricados no Brasil atendem às regras da tecnologia europeia Euro 5, que, nacionalmente, também é chamada de P7 (sendo que a letra P se refere aos veículos pesados, e o número 7, à fase do Proconve).
Ao optar por seguir os parâmetros do Euro 5, a indústria nacional instituiu o Sistema Redutor Catalítico Seletivo, ou SCR, responsável pelo pós-tratamento dos gases de escape.
Esse sistema exige o uso de um produto reagente, que converte os óxidos de nitrogênio (Nox) em nitrogênio e vapor de água. Assim, as emissões poluentes são reduzidas de forma significativa, contribuindo para o controle da poluição.
Esse reagente é o Arla 32, uma solução de ureia de alta qualidade e pureza em água desmineralizada, na proporção de 32,5%. Seu uso, nos veículos dotados da tecnologia Euro 5, é fundamental não apenas para o controle de emissões, mas também para o bom desempenho.
Saiba como funciona o Arla 32
Para reduzir as emissões de Nox, deve-se injetar o Arla 32 no tubo de exaustão do escapamento do veículo. Por meio de uma reação química com a fumaça residual do processo de combustão, o gás poluente se transforma em nitrogênio e passa por uma eliminação na atmosfera como vapor.
A reação química ocorre em duas etapas:
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na primeira, que acontece durante o processo de injeção do Arla 32, com o motor em temperatura operacional, o reagente sofre um processo de hidrólise, ou seja, em contato com água, as moléculas de ureia têm suas ligações químicas rompidas, originando amônia;
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na segunda etapa, que ocorre dentro do catalisador, as moléculas de amônia reagem com os óxidos de nitrogênio. Essa reação dá origem ao nitrogênio puro e ao vapor de água, que são substâncias normalmente encontradas no ar e não apresentam riscos à saúde.
Vale destacar que o produto não é um aditivo e também não é classificado como combustível. Deve ser utilizado em um tanque específico dos veículos fabricados de acordo com a tecnologia.
Confira os principais problemas decorrentes do mau uso do produto
A necessidade de uso de Arla 32 é recente. Apenas caminhões fabricados depois de 2012 têm o sistema SCR, que exige esse reagente para pós-tratamento de gases. Desde o início de sua obrigatoriedade, muitos motoristas passaram evitar o uso, na tentativa de economizar. A intenção era reduzir os custos do transporte, já sobrecarregados pelos baixos fretes e elevados preços do diesel.
Dentre as fraudes mais conhecidas (e combatidas pelo mercado que prega a regularidade e as boas práticas), podemos listar:
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uso de soluções caseiras produzidas com ureia vendida para outras finalidades, como fertilizantes, que pode ser comprada por preços menores, em função de diferenças tributárias;
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adição de água pura no reservatório;
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instalação de chips, conhecidos no mercado como emuladores, para burlar o sistema de autodiagnóstico (OBD) do veículo, simulando o uso do Arla 32.
A burla do uso causa diversos problemas para o condutor e para o proprietário. Além de comprometer a performance do caminhão e prejudicar o funcionamento do catalisador, uma das peças mais caras e sensíveis dos veículos com a tecnologia Euro 5, não adicionar o Arla 32 é um crime ambiental, já que há um aumento de emissões.
De acordo com dados da Associação dos Fabricantes de Equipamentos para Controle de Emissões Veiculares da América do Sul (Afeevas), as fraudes relacionados ao produto geram um aumento de 400% nas emissões. Isso significa que os veículos mais modernos podem ter os mesmos índices de emissão verificados em caminhões fabricados no país na década de 1990.
Saiba quais os danos causados pelo mau uso ou ardil
Além dos problemas relacionados à burla do OBD, o uso de produtos inadequados no tanque de Arla 32 resulta em perda de garantia do veículo, com o comprometimento de peças como bombas e bicos injetores. O prejuízo pelo uso de produtos com agentes contaminantes, normalmente, é bastante superior a qualquer suposta vantagem econômica.
Apesar de todas as informações e campanhas de conscientização, além da criminalização pela adoção de práticas de não uso do Arla 32, muitos motoristas ainda não têm consciência dos riscos e desconhecem os danos aos veículos.
Por essa razão, é fundamental que as oficinas que atendem veículos pesados conheçam o funcionamento do reagente e entendam como o mau uso (ou mesmo a não utilização) afeta o veículo.
Se você tem clientes nesse segmento, é fundamental contar com equipamentos que façam a leitura de dados do OBD, saber substituir catalisadores danificados e, principalmente, orientar os motoristas sobre como funciona o Arla 32 e os riscos de não investir em boas práticas.
Quer conhecer mais sobre esse tema e saber como solucionar problemas nos veículos que não utilizaram o Arla 32 de maneira adequada? Entre em contato conosco, nossa equipe poderá orientá-lo sobre as melhores condutas para a prestação de serviços para esse público!
O injetor aquele que vai no silencioso tem no mesmo quatro furinhos qual é a fórmula de inscrição do mesmo parece intupido mas ele tem um determinada pressão que possa injetar ou gotejar no escapamento.
Obrigado
Muito obrigado pela aula! Explicação didática e clara. Curioso em saber a diferença do diesel comum, S10 e o que era o ARLA 32, depois de uma viagem em rodovia em que vi anúncio de sua venda nos postos, resolvi pesquisar.
Olá Eduardo, tudo bem? Que bacana amigo! Para nós é muito bom seu feedback, continue nos acompanhando que iremos trazer mais dicas para você, um abraço de toda equipe Chiptronic! 😀
show
Olá Luiz! Obrigado por seu feedback, ficamos muito felizes com ele. Desejamos muito sucesso, um grande abraço de toda equipe Chiptronic! 😀
Perfeita a matéria estão de parabéns
Olá Fabíola, tudo bem? Obrigado por sue feedback. 😀